Hoje é o 3° dia de SPFW .E esta é na quarta edição do evento apos o estabelecimento das cotas raciais. So para lembrar, esta foi uma medida sugestiva do Ministerio publico de Maio de 2009 para que as grifes das principais semanas de moda brasileras contassem com pelo menos 10 por cento de seu castings com modelos negros.
Num levantamento recente com base nas fotos do site chic,o fashion Rio outono inverno 2011 ,que ja acabou ha duas semanas, apresentou em suas passarelas cerca de 895 novos looks em 42 desfiles incluindo o prêmio Rio moda hype e o fashion business.
Destes,cerca 92 foram vestidos por modelos negros.O que significaria pouco mais de 10 por cento de representatividade. O que não evitou que algumas grifes não exibissem nenhum de seus looks vestidos por modelos negros.
Vale ressaltar que o que teria colaborado para o alcance desta marca quantitativa foi a realização do desfile da marca OESTUDIO que teve seu casting quase interamente composto por modelos negros.
Ou seja, numericamente, sem a apresentação da OESTUDIO,a quantidade de looks seria reduzido para 869 e, consequentemente, dos que foram vestidos por negros para 68.
O que acarretaria um percentual bem menor que 10 por cento de representatividade dos negros nas passarelas.
O curioso em tudo isso é que ainda no site chic é possivel visualizar informações sobre todas as marcas integrantes das semanas de moda e é interessante notar que boa parte das que estiveram neste Fashion Rio exporta suas roupas para paises africanos com destaque para Angola, Africa do Sul e Moçambique.
Dai, surge a seguinte pergunta:
como explicar o "não uso" de modelos negros mesmo quando ha um potencial mercado consumidor neste perfil?
Outra grande surpresa da ultima edição do fashion Rio, neste quesito, foi devido ao sumiço das tops negras Samira e Carmelita, que nas edições anteriores eram figuras ctrl+c,ctrl+V de quase todos os desfiles.
Esta edição pareceu dar mais espaço para a variedade de modelos negros presentes no mercado da moda .
Se bem que, na maioria dos desfiles, podia-se notar a presença constante de modelos tops como Ana Bela e da morena Lais Ribeiro. Ja era possivel ver rostos mais diversificados ,O que, na minha opinião, ja é um passo para a mudança e quebra do "monopolio dos pacotes de modelos" que foi geralmente exercido de maneira abusiva nas semanas de moda anteriores.
Também é verdade que este percentuam aproximado de 10% de modelos negros na passarela ainda pode ser considerado pouco numa população miscigenada, a qual mais de 50% considerada negra
Apesar disso,Helder Dias, dono da agência de modelos especializada em negros em São Paulo,em entrevista, afirmou que para ele nada mudou apos o estabelecimento das cotas raciais.
E que, na verdade, a moda e a publicidade continuam bookando poucas negras e quando o fazem dão preferencia sobretudo àquelas que têm traços de pele e cabelos menos étnicos.Vide a Vogue de Janeiro, que ainda, segundo Helder não soube aproveitar bem a diversidade étnica do pais.
O lado negro da moda quer o que você tem observado de diferente apos o estabelecimento das cotas?
Dê sua opinião ;)
E que a força esteja com você!